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REDAÇÃO:
SÓ FALAMOS DE KUDURO
REVISÃO:
MANO L7
Estão na origem e formação do kuduro, os clássicos,
“Jacobino” (1998), de Tony Amado, e “Felicidade” (1999), com textos narrados
por Sebem, canções que fizeram do Kuduro, um género musical de fácil
identificação rítmica, consistência estética e peculiaridade sonora, a que se
juntaram as inegáveis contribuições das coreografias “desconstruídas” de Tony
Amado, dois nomes incontornáveis na abordagem da origem e formação do Kuduro.
Contudo, são anteriores a “Jacobino” e “Felicidade”, as canções: “Amba kuduro (1994),
captada no estúdio de João Alexandre, com participação especial de Big Nelo,
“Dance, dance k’dance Van Dame”, “Muadiakimi Kuduro” (1995), produzida por Beto
Max, “Mongoloi” (1997), produção de Filipe Lobo, de Tony Amado, e “Feijão Duro”
(1997) de Calô Pascoal, dos Necaf Brothers, um dos primeiros grupos
influenciados pela estética sonora e coreográfica proposta igualmente por Tony
Amado.
PRIMEIRO
CONCERTO
Tony
Amado recorda, nostálgico e convicto, que foi a figura de cartaz no espectáculo
que inaugurou oficialmente o kuduro, realizado em 1996, no campo desportivo do
Club Vila Clotilde, organizado pelos radialistas: Paulo Gomes, Manuel Araújo e
Sebastião Lino, apresentado por Jorge Gomes.
À
época ainda viviam-se os efeitos do encerramento das principais editoras
discográficas e gravadoras angolanas, fenómeno que ocorreu com o advento da
independência de Angola, um período que ficou marcado pela dispersão de muitos
músicos e compositores, instaurando-se um vazio na produção da Música Popular
Angolana, fase permeável à evasão da música Zouk, dos géneros cabo-verdianos,
do tecno e da house music, os dois últimos géneros dos quais o kuduro herdou,
fundamentalmente, a sequência dos beat’s, invadindo as pistas de dança das
principais discotecas de Luanda. Mathieu e Pandemónio, foram dois espaços de
dança e entretenimento, muito preferidos pelos jovens nesta altura.
É assim que os produtores de kuduro empreendem a absorção e
angolanização da batida tecno e da house music, géneros electrónicos surgidos
em meados dos anos oitenta, na periferia de Detroit, EUA, com forte influência
alemã, num processo que fundiu o ingrediente da rítmica do Semba, às formas
entrecortadas do dizer poético, muito características do hip-hop, dando origem
ao kuduro.
DANÇA
A dança, um dos suportes paradigmáticos do Kuduro, embora
estruturalmente vizinha do break-dance norte-americano, foi inspirada numa
plasticidade coreográfica reconhecidamente angolana, procurando, de forma
natural e progressiva, um acabamento musical em que a melodia e a harmonia são
visivelmente relegadas para um plano secundário, sobrevalorizando-se o ritmo e
a palavra inusitada. “Vaca Louca” e “Salsicha”, dançarinos de Tony Amado e
depois de Sebem, são dois nomes de referência incontornável, que levaram ao
apogeu a plástica mais arrojada da dança acrobática do kuduro.
TEMAS
Tal
como no hip-hop, a rua, e suas ocorrências do quotidiano, a crítica social e
política, os comportamentos, os defeitos do adversário, designados “bifes”, ou
o enaltecimento de virtudes, a auto promoção, e o uso irreverente da palavra
obscena ou “obscenizada” são os temas e as estratégias recorrentes de
composição do texto “kudurizado”.
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