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quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

O Kuduro começou com Tony Amado e Sebem no princípio da década de '90 (SÓ FALAMOS DE KUDURO)

 O Kuduro começou com Tony Amado e Sebem no princípio da década de '90 mas ganhou outra magnitude nos anos 2000 quando foi adoptado pelos meninos das periferias, a maioria vítima da desigualdade social.

REDAÇÃO: Mano L7-Oficial


REVISÃO: Mano L7

         Estes meninos viram na música uma oportunidade para ocupar o tempo e sonhar com uma vida melhor. Conformados com a ausência de palcos maiores, o principal e mais disputado, eram os leitores de CD dos taxistas, responsáveis por tirar aqueles sons do guetto para levar até à city, onde os mais destacados grudavam como pastilha nos tímpanos de quem ouvia. Seria impossível o Kuduro resistir a integração, então paulatinamente a sociedade abraçou-o e hoje é um dos estilos que mais representa os angolanos país afora.
Mas, apesar das inúmeras conquistas e milhares de seguidores, o Kuduro ainda enfrenta muita resistência. Dizem alguns que com a excepção de kuduristas como o Bruno M, preocupados em escrever letras conscientes ao mesmo tempo que entretêm o publico, são os próprios
kuduristas que não se ajudam quando compõem letras sem cabeça, tronco e membros, muitas delas sem mensagem social alguma enquanto outras fazem apologia ao crime.
          Segundo estes mesmos críticos, a maior parte dos kuduristas mal sabe se expressar o que os torna incapazes de serem de alguma outra forma que não seja cómica pela sociedade que conhece-os mais pelas gafes que dizem e baboseiras que cometem do que pela música que fazem. Entretanto, a sociedade fala, a sociedade critica mas muitas das vezes sem conhecer os personagens por detrás destas figuras irreverentes que encaram o Kuduro com bastante
seriedade e o têm como fonte de renda.

               Carlos Segunda Gonçalves do Amaral, é um destes jovens. Com o pseudónimo de Pai Banana, é o primeiro filho da tia Augusta. Nasceu na província do Moxico nos finais dos anos
80, donde saiu com a família uma década depois para fugir da guerra. Quando chegou à Luanda viu o pai abandonar o lar pressionado pelas dificuldades, deixando-o a mercê da sua sorte com a mãe e os irmãos. Começou a fazer Kuduro influenciado pelos amigos quando vivia no Sambizanga. Em
2006 mudou-se para o Município de Viana e “passou a levar o Kuduro mais à serio”, embora somente no ano de 2012 lançou a sua primeira obra independente, intitulada: “A Vida no Guetto”. Infelizmente apesar do esforço e entusiasmo, o álbum foi «rocha» devido a falta de apoio e patrocínio. Ate aí, Carlos do Amaral era mais um jovem que batalhava arduamente para ser conhecido utilizando as vias de um cidadão normal, só que ninguém prestou atenção. Contudo,
magicamente, quando um trecho idiótico da entrevista que fez com o Man Sibas no programa “Sempre a Subir” foi escolhido para passar como spot publicitário do mesmo programa, o jovem Carlos, recebeu dos angolanos uma fama instantânea e da noite para o dia deixou o estatuto de anónimo como há anos almejava.

           Então sinceramente falando: será que estes jovens kuduristas são mesmo “palhaços” ou somente vitimas de uma cultura social que priva o desenvolvimento deles?
Façamos uma breve análise. Quantos kuduristas chegaram aos holofotes sem que antes tivessem que fazer alguma idiotice que chamasse a nossa atenção. Quantas vezes, quando os jovens kuduristas são chamados para entrevistas, tanto na rádio como na televisão, antes mesmo que abram a boca, o entrevistador baixa automaticamente o seu nível intelectual, incorporando quase que personagens de circo para fazer aos entrevistados perguntas banais e sem nexo.  A verdade, a meu ver, é que a sociedade de forma geral não espera muito destes meninos. Já os rotulamos como figuras lunáticas. O ritmo do Kuduro em si serve para fazer o angolano dançar, mas os kuduristas na maior parte das vezes, servem para nos fazer rir.
         Eles sabem disso e usam este facto para benefício próprio. O que precisamos perceber é que a maior parte dos fazedores deste ritmo são excluídos pela classe burguesa, que é para eles onde está o sucesso. Então para alcançá-lo estão dispostos a tudo, nem que isso inclua fazer intencionalmente
o papel de palhaços. 
O kudurista pai Banana, defende esta tese: “É assim, se você traz uma mensagem muito, muito social, às vezes não é muito consumida, mas se você traz um Kuduro banal, com uma pequena brincadeira numa batida, será mais consumido”

        Isso significa que para estes kuduristas hoje alcançarem o sucesso, o lado “banal” é tão importante quanto as suas músicas. Por isso eles gerem cuidadosamente a sua imagem. Controlam o que vestem, o que falam e até com quem devem ser vistos ou têm “bifes”.Tudo com o único intuito de entreter o público. O sucesso de Presidente Gasolina, é por exemplo um resultado disso. Ele nasceu Jeremias Manuel Afonso Francisco, na província do Kwanza Sul. É mais conhecido pelo seu falar caricato e indumentárias extravagantes do que pela música que canta. Aliás, não sei sequer se ele juntamente com o seu primo “Principe Ouro Negro”, com quem faz a dupla, Namayr, é autor de alguma música conhecida. O que sei, é que o jovem Jeremias explorou o lado cómico que tanto buscamos nos kuduristas ao máximo e isso funcionou tanto que rendeu-lhe um programa de televisão. E, desta forma, o Kuduro deu-lhe um nível académico superior ao de muitos daqueles que riem-se semanalmente das suas parvoíces.
           Para se ter uma ideia, o jovem terminou o médio na conhecida escola São José de Cluny e está actualmente na Universidade Metropolitana onde faz o segundo ano de Comunicação Social. É casado e pai de três filhas. O Kuduro deu-lhe um teto para morar, carro para se locomover e é
ainda o provedor de familiares mais próximos. Ele vive de momento o que muitos kuduristas considerariam o auge da profissão, mas, reconhece que no passado já foi submetido a situações humilhantes por parte até daqueles que os contratam:
       “Nós os kuduristas somos muito menosprezados, se houver um Kuduro a tocar fixe e um semba mais ou menos, quando [os promotores] chamarem os dois artistas para actuar no mesmo show o caché do kudurista será inferior. Quando há shows nas províncias, os kuduristas vão apertados de
autocarro enquanto os artistas de outros estilos vão de avião. Isso não se faz. [Eles] Pensam que os kuduristas são burros, anti-sociais. Esquecem-se que a diferença faz o mundo.”- Presidente Gasolina.
Esta atitude dos promotores dá aos artistas de outros estilos uma atitude egocêntrica com relação aos kuduristas, o que contribui para que eles sejam igualmente desprezados e menosprezados pelos seus colegas de profissão. O Pai Banana foi vítima desta falta de consideração quando o aclamado rapper nacional MCK incluiu numa das suas músicas o bordão que tornou o kudurista conhecido sem antes tê-lo informado:

            “[Quando] entre 2011 para 2012 o rapper MCK trouxe aquela musica “O País do Pai Banana”, aquilo só ofuscou ainda mais a minha imagem. Ele adicionou a minha voz na música dele e as pessoas pensaram que eu colaborei. Ligaram-me à política, [então] deixaram de me convidar para fazer espectáculos. Por dois anos deixei de fazer rádio e televisão.
           Fiquei totalmente fechado e não tive como divulgar a minha musica. Aí você que vive do Kuduro, morre.” Se o que diz o kudurista é verdade, convenhamos que Independentemente do conceito em torno das músicas do Katrogi, por cortesia o kudurista podia ter sido notificado e
desta forma evitava-se tal inconveniente. Inconveniente este que provavelmente não existiria se o kudurista fosse um artista de um estilo musical “mais respeitado.” A intenção aqui não é manipular o lado negro do kuduro que existe e bem sabe-se disso. Mas, mostrar que se calhar a sociedade tem a sua parcela de culpa quando ao invés de tirar estes jovens do buraco, incentiva que lá permaneçam
aplaudindo atitudes ridículas que motivam-os a continuar ou então quando rotularmos todos eles como seres incapazes ao tratamos-lhes como se fossem figuras mentalmente limitadas. Podemos e devemos inverter a situação. E se calhar devemos começar por terminar com essa cultura que
torna palhaços em pequenas ou grandes celebridades.

Não há espectáculo sem público!
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MAN NELAS FT LEMOS PAUSADO - KUFWA TUNA (SÓ FALAMOS DE KUDURO)

 Artista: Man Nelas Título: Kufwa Tuna Gênero: Flocore DOWNLOAD