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quarta-feira, 16 de março de 2022

Pai Latifa, chama a Moça Direita, conhecida como Dama Ludmila de emocionada (Só Falamos De Kuduro)

 Drive Kuduro: Pai Latifa, chama a Moça Direita, conhecida como Dama Ludmila de emocionada por dizer que não quer permanecer no estilo Kuduro com os seus 39/40 anos.

Redação: Só Falamos De Kuduro

Revisão: Estevão Gaspar Guilherme


             Na emissora Platina Line, no seu programa relacionado ao mundo artístico (Kuduro), teve como convidada: Dama Ludmila que abordou sobre a sua carreira e planos para o seu posicionamento profissional e onde chegou a dizer "Waya" música recente da Titica é de sua autoria e deixou recado a todas suas colegas irritante que não sabem compôr a estudarem mais o mercado.

            Logo após com a intervenção de Pai Latifa ao ligar no programa <Drive Kuduro> alegando que a intenção é salvar o erro da kudurista por dizer "Não pretendo continuar a cantar o Kuduro após os meus 39,40 anos de idades devido a pulungusa, algo muito normal de se dizer"

              Pai Latifa: Sendo você pioneira do estilo não podes dizer isso,devias defender com unhas e dentes, apenas quero salvar o erro dela! deve estar emocionada ai onde está, eu estou aqui no meu carro a ouvir e não gostei da palavra dela por isso liguei pra salvar a minha colega.

              Atitude essa do kudurista que gerou conflito, entre Pai Latifa e Dama Ludmila na cadeia radiofónica da Platina FM, chamando nomes horríveis e palavrões, alegando que Samara Panamera tinha razão quando quis o bater, não tem lapiseira o menino, e diz me levar em vários shows, filho da mãe, sujo de merda.. palavras dita por Dama Ludmila.

Titica” nega as supostas acusações da Dama Ludmila (Só Falamos De Kuduro)

 Recentemente surgiu a público a notícia sobre a suposta acusação de Dama Ludmila para a autora do sucesso ‘Chão’, onde a mesma afirmou durante uma entrevista cedida a uma estação radiofónica que foi alvo de plágio pela cantora do single acima mencionado.

Redação: Só Falamos De Kuduro

Revisão: Estevão Gaspar Guilherme


                  Dama Ludmila afirmou o recente single ‘Waya’ é de sua original autoria, no entanto, Titica gravou-a sem a sua pré-autorização. Em relação a este caso que já viralizou nas redes sociais, Ticny, que cedeu entrevista a um portal nacional para o devido esclarecimento, negou e garantiu não se tratar de um ‘plágio’ tal como a ‘Moça Directa’ afirma. “Em momento algum eu plagiei a música da Ludmila. Todos nós enquanto crianças ouvimos a expressão ‘Waya’ em jogos de garrafinha ou 35 e não está registado em nome de ninguém. Ela cantou o ‘Waya’ na versão dela e eu na minha, são músicas em contextos, desenvolvimentos e expressões diferentes. Nunca me passou pela cabeça roubar a música da Ludmila, roubar é quando alguém manda-te a letra e tu te aproprias por algo criado por ela, no entanto somos todos adultos aconselho a todos a ouvirem as músicas e vejam se tem algum plágio”, começou por explicar a artista.

             A cantora do grande sucesso ‘Xucalho’ procurou ainda reforçar a sua posição usando outros nomes e músicas como exemplo prático. “Se o Anselmo canta Amor, Pérola canta Amor, Ary canta Amor, já viram eles a se atacarem na internet?, questiona Titica que continuou “Eu tenho uma música ‘Nasci Para Te Amar’ a Erika Nelumba também tem uma ‘Nasci para te amar’, reforçou”

             Vale lembrar que as duas são grandes amigas que, apesar desse conflito de ideias entre âmbas, preferiram continuar a amizade.

DAMA LUDMILA ACUSA TITICA DE PLAGIAR SEU SUCESSO (Só Falamos De Kuduro)

                  Convidada para o programa “Drive Kuduro”, edição desta terça-feira, na DRIVE FM, Dama Ludmila trouxe um assunto que muitos desconheciam, que envolve o seu nome e o da colega Titica. A kudurista afirmou categoricamente que a música “Waya”, interpretada pela cantora Titica, é de sua autoria e que a mesma gravou sem a sua autorização

Redação: Só Falamos De Kuduro

Revisão: Estevão Gaspar Guilherme


                 Em conversa com o locutor Sérgio Flávio, a artista fez saber que tudo aconteceu em 2020, na altura, Ludmila lançou a música e teria enviado à Titica para analisar. “Ela analisou, amou a música, deu-me forças para continuar e ajudou-me a promover a música mas depois de um ano eu oiço o ‘Waya’ da Titica, a seguir, ela ligou para mim e tentou justificar”, começou por explicar.

                Ludmila disse que atenuou a situação por se tratar de alguém que além de colega é amiga, e deixou um alerta para as suas colegas: “Quero alertar as outras pessoas que não voltem a cometer o mesmo erro, porque as minhas músicas são registadas. Atenuei porque a Titica é uma grande amiga e me apoiou no momento do meu casamento, se vier uma outra kudurista a fazer o mesmo eu vou punir”, rematou.

             Apesar do sucedido, a conhecida “Moça direita” esclareceu que a amizade continua e segue o seu percurso normal.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Elenco da Paz tem sofrido roubo de dinheiro por parte de Ti Show o famoso empresário de Viana (Só Falamos De Kuduro)

        Kock Sy ex membro do grupo musical Elenco da Paz, revela o motivo que fez com que saísse do grupo e sem razão de volta.

Redação: Só Falamos De Kuduro

Revisão: Estevão Gaspar Guilherme

           Ti Show um dos famosos empresários do município de Viana, ele que se intitula como o criador do grupo Elenco da Paz no ano de 2018 oficialmente, tem usado o grupo como rendimento e ofuscar a carreira dos jovens que no grupo pertencem.

             Kock Sy em uma entrevista na Rádio: I Love Kuduro, junto a sua esposa, começou por esclarecer o seu afastamento do núcleo do grupo.

             Confira: Estivemos em uma actividade onde o grupo tinha um cachê (dinheiro) de 4.000.000.00 (Quatro milhões de akz), e as pessoas individuais, ele tambem só receberam 14 mil akz nas mãos de Ti Show. disse o kudurista.

               "Naquele dia eu estava a sair de uma actividade que havia recebido 300 mil akz individual, ao regresso fomos a um evento com o Ti Show que cada membro do Elenco da Paz apenas recebeu 14 mil akz, achamos normal como sempre e eu por ter os meus trocos no bolso, todos 14 mil akz comprei bebida e consume com os kambas e saindo daí me deparei com K2 e Passing Toloba que afirmaram que eu tinha que ser vivo porque o show estava cheio por mim"
                Após o dia, ligam pra mim a dizer se já recebi a minha parte do dinheiro, eu inocente disse que sim, perguntam-me é quanto? que deram a te.
14 mil akz, em seguida lhe foi informado que o empresário Ti Show recebeu uma quantia de 4 milhões de akz, motivo pela qual Kock Sy já não é membro do grupo musical Elenco da Paz.

                O kudurista chegou apelar aos seus colegas do ex grupo que abrem os olhos, caso contrário nunca haverá evolução e nem dinheiro para um sofá em condições iram de ter se o caminho for esse em prol de sustentar alguém que os rouba.


O nome Os Turbantes foi subistituido por Xtrubantu (Só Falamos De Kuduro)

 O nome Os Turbantes foi subistituido por Xtrubantu como revestimento da imagem do grupo.

Redação: Só Falamos De Kuduro

Revisão: Estevão Gaspar Guilherme


                     Grupo Xtrubantu teve seu início nos meados de 2000 com a seguinte formação: Porcaria, Dados, Dadidon, DVD e Padilo como integrantes, e o rei Panda como compositor. Mas atualmente os Turbantes mudaram o nome para Xtrubantu com apenas dois membros.

                         Em 2006 lançaram a música ”De faia” que se tornou num clássico do Kuduro. De lá para cá muita coisa mudou mais o grupo já não teve a mesma força como antes.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

XANDO PIMENTEL EMPRESÁRIO E PRODUTOR MUSICAL (SÓ FALAMOS DE KUDURO)

 Patrocinador de talentos

                 A sua paixão pela música fez com que envestisse nos novos talentos angolanos. Já trabalhou com nomes como Bruno M e Vagabanda e entre outros. Responsável pela carreira de Agre G.

TEXTO: SÓ FALAMOS DE KUDURO

REVISÃO: ESTEVÃO GASPAR GUILHERME


               Mauro Alexandre de Lima Pimentel, ou Xando como é conhecido por todos, cresceu na Maianga, onde além da paixão pelo seu clube 1° de Agosto, aprimorou o seu gosto pela música, no seu estilo mais UNDERGROUND, "mas sem me descurar do clássico", fez questão de frisar logo no início da entrevista.

      Essa paixão fez com que investisse no talento musical dos novos valores angolanos.

Entre os seus pupilos encontram-se Vivi, Alvarito, W king e entre outros.

                      O estúdio da Xando Produções, é normalmente procurado por cantores, conceituados ou não, para gravarem as suas músicas.
Já existe há dez anos "os preços que temos praticado, mesmo com a intenção de estabilizar os preços do mercado, fazem com que as pessoas procurem o nosso estudio. O músico faz um bom investimento pois aqui é possível fazer um trabalho completo. Desde a masterização à gravação do videoclip", declarou. Xando recebeu-nos no seu estudio, completamente equipado com material topo de gama: "Além do conforto e da qualidade, tento sempre que todos os músicos que aqui se dirigem se sentem em casa, e não só os da minha produtora. A música é sempre melhor quando feita de coração e com dedicação".

INVESTIR NA MÚSICA

                Começou a sua carreira como empresário na área farmacêutica. por música, decidiu atender ao pedido feito por dois meninos que hoje em dia fazem muito sucesso. "Os Vagabanda vieram ter comigo a pedir que os patrocinasse. Acabei por aceitar pois a minha paixão por música falou mais alto. Na altura foi só uma brincadeira.
Depois quando comecei a agenciar o Agre G e ele lançou o "Do Milindro", foi um sucesso". Foi nesta altura que Xando viu que havia a necessidade de investir neste ramo: "Foi mais forte do que eu. Criei uma empresa com nove funcionários "Chave", e tentamos sempre mostrar o melhor dos nossos cantorea".

OS VIDEOSCLIPS

                   São vários os videoclips de músicos angolanos já gravados no espaço da Xando Produções. "Dança dos Combas", de Bruno M, "Pique é Pique", de Agre G, "Essa dos Géneses, e outros, constam entre eles. Três diferentes cenários foram arquitectados para tal. Existe ainda o espaço destinado ao ensaio dos músicos: "Por norma temos recebidos muitos cantores KUDURO, o que implica também dançarinos. Para isso preparamos um espaço para que possam emsaiar.

              Outra coisa que também temos é o espaço para que os músicos ensaiem a vontade as suas músicas, sem terem de se preocupar em trazer o material. Estamos bem equipados.

O LADO "AGENTE"

                Além de produzir, a Xando Produções também trata de Imagens de alguns dos seus músicos. Entre eles está o Agre G, um dos melhores kuduristas de Angola ou melhor dizer do mundo. "Eu tenho um carinho enorme pelo Agre G. É um rapaz humilde, que trabalha para sustentar a sua familia, sem deixar os Estudos de lado.
Além de cantor é compositor e, sempre que possível, participa de projectos sociais.
É de longe um dos melhores que temos no mercado musical actualmente", diz-nos. A jovem Poca py é uma das meninas agenciada pela XD Produções. O seu trabalho tem sido cada vez mais reconhecido, e a sua música "De Lado", tem tocado bastante nas rádios nacionais.

              Xando, um apaixonado por futebol, e praticamente regular durante a adolescência, reconhece que apesar das dificuldades do mercado musical angolano, existe a necessidade de se investir na carreira dos novos talentos.
São jovens e criativos.
Antes, quando os músicos cantavam apenas por HOBBY era diferente. Hoje por já existirem mais pessoas a investirem em carreiras profissionais, o público tornou-se também mais exigente. Há necessidades de se trabalhar mais e melhor, e para isso temos de criar as condições ideiais em Angola.

QUALIDADE GARANTIDA

                 A Xando Produções pretende inovar o mercado de produção musical: "O mercado está bom porém complexo. Há preços que não se justificam por vezes. Nós queremos mostrar que é possível qualidade a um preço justo.
Por exemplo, aqui eles podem fazer várias coisas no mesmo espaço. O ensaio, quer da música como dança, a gravações do VIDEOCLIP e muito mais. Criámos também espaço para que os músicos descansem, se existir a necessidade de pernoitarem por cá".

              "Estamos a tentar organizar o espaço da melhor maneira possível. Encomendámos muito material de qualidade e estamos confiantes no investimento feito. Acima de tudo, quem sai a ganhar é a música angolana", concluiu.
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PERFIL
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Nome completo: Mauro Alexandre de Lima Pimentel
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Aniversário: 21 de Março de 1975
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Naturalidade: Huambo
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Voz Angolana: Matias Damásio
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Voz Internacional: Nas
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Comida Preferida: Muamba de Galinha
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Local dos Sonhos: Londres, Inglaterra
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Uma frase: "Viver não custa... o que custa é saber viver"


sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Dj Killamu faz homenagem a Jéssica Pitbull e menciona todos os seus feitos no kuduro, após o seu aparecimento. (Só Falamos De Kuduro)

Publicação: Só Falamos De Kuduro

Revisão: Estevão Gaspar Guilherme 

                O conhecido DJ da produtora "Guetto Produções", Killamu, utilizou as suas redes sociais para homenagear a kudurista Jéssica Pitbull e mencionar os seus feitos após o seu aparecimento no mundo do Kuduro. Killamu afirmou que graças a Jéssica, muitas kuduristas passaram se preocupar mais com sua aparência, usar roupas ousadas e até "imitar mal", a música de Jetssica "Aonde Deus me Levar", porque algumas estão a incentivar os ouvintes a fazerem o uso da liamba.
Nas suas redes sociais, DJ Killamu escreveu:

             Hoje tirei o dia para homenagear está grande figura do Kuduro Jéssica Pitbull é das principais responsáveis da ressurreição (levantar) do Kuduro, que com o seu aparecimento fez muitas mulheres acreditarem que podem cantar Kuduro e provavelmente mas de 100 cantoras novas apareceram no mercado;
Fez as cantoras mais antigas trabalharem mais, tanto no canto como no visual, fez os ginásios encherem de cantoras de kuduro e não só;
Fez a nossa querida Gata Agressiva voltar a cantar kuduro;
              Foi muito atacada por colegas que não admitiam que ela era a grande febre do Kuduro, atacavam ela publicamente que não sabia cantar, mas no fundo eram todas fãs da Jéssica;
Pitbull lhes mostrou que é potência lançou um sucesso nacional "Aonde Deus me levar", música que toca em toda parte de Angola. Agora todas colegas que lhe atacavam não conseguiram esconder o fanatismo por ela e fizeram cópia da música da dela, até o videoclipe e até em shows já aparecem de bode e roupas transparente!!! Samara, Poca Py, Ludmila, mais umas tantas!
Só que copiaram mal;
"Aonde Deus me levar" é uma música que a Jéssica diz que vai com os seus "Cientes" (as pessoas que lhe apoiam) até aonde Deus quiser ou seja até aonde Deus levar a carreira dela, ela vai com os seus fãs;
Já as colegas fãs que foram copiar mal estão a fazer asneiras! Uma incentiva as pessoas a fumarem liamba, a outra aparece ela própria a fumar liamba! Triste cena, acho que esqueceram que fumar liamba em Angola é crime.
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quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Titica foi convidada especial em um programa de rádio na Holanda (Só Falamos de Kuduro)

              Titica dona de hits incomparáveis como “Xucalho”, foi a convidada especial neste sábado (2) de Outubro, do programa de East Africa Spotlight, da ‘HiRadio’ apresentado pela promotora de eventos Sylvia Kendy. A estação fica no coração da cidade em Amsterdã na Holanda, durante a entrevista a cantora angolana falou sobre a sua história de vida, sua trajectória na música e dança.

Texto: Só Falamos De Kuduro

Análise: Estevão Gaspar Guilherme

         Titica que tem internacionalizado cada vez mais a sua carreira, fez-se acompanhar de um parente para que a ajudasse a traduzir que seria dito na entrevista, já que a língua oficial daquele país é o inglês.

          Durante a conversa descontraída, a cantora contou que conseguiu ter mais visibilidade, e conquistar o mercado angolano graças as crianças que foram os seus primeiros fãs e faziam questão de dançar e cantar as suas músicas. “Os meus primeiros fãs foram as crianças, consegui conquistar e ter visibilidade no país inteiro através delas”, recordou a artista.
       Titica falou abertamente sobre as diferenças, e sobre o preconceito que algumas pessoas têm para com os gays, lésbicas e outras orientações sexuais, a artista explicou que ser diferente diz respeito apenas as diferenças notáveis por quê no final, todos os seres humanos são iguais, citando algumas características biológicas, quando a apresentadora a questionou sobre qual era a sua opinião sobre as diferenças. “Somos todos seres humanos, respiramos, e sangramos, ser diferente, é apenas ser diferente”, respondeu a kudurista.

          Enquanto Titica falava sobre a questão do preconceito ser uma luta diária na sua visa, a mesma acabou por revelar que apesar de ser uma figura nacional e internacionalmente conhecida, ainda é posta de lado e continua ser vitima de exclusão por alguns meios de comunicação social pela sua orientação sexual, e por cantar “Kuduro” que segundo a cantora, este ainda é um estilo de música bastante marginalizado. “O preconceito sempre vai existir, porque se tornou uma luta diária, eu mesmo sento cantora nacional, e internacionalmente conhecida, ainda sou excluída de alguns meios, ainda mais por ser kudurista um estilo que ainda é estiguimatizado, revelou a artista.

         Titica fez questão de deixar claro que todas as suas conquistas são frutos de seus esforços, e que não gosta de rebater criticas, porque não é uma pessoa que gosta de problemas.

          A artista deixou escapar ainda que está a terminar o álbum, que era suposto ser lançado o ano passado, mas por causa da pandemia não foi possível.

         A cantora é considerada umas das mais famosas de Angola, não só pela sua brilhante trajectória, mas também pelo facto de sustentar o seu sucesso, e agradar o público angolano.

        Lembre-se que a autora de “Xucalho” já foi convidada a participar do carnaval brasileiro, considerado um dos melhores do mundo.

         Sobre a HiRadio: é uma plataforma de mídia digital fundada em 2015 pelo DJ ROYAL. Hiradio está localizada no coração do sudeste de Amsterdã, que é uma cidade urbana altamente povoada. Hiradio é dedicado à cultura africana, música, debates e outros temas relevantes que estão sendo discutidos na África.

           Sendo a estação de rádio via satélite e digital mais dinâmica, Hiradio conecta a lacuna entre a cultura africana à da África na diáspora por diversos gêneros como; Afrobeat, s, High-Life, Hip-Life, Dancehall, Reggae, Reggaeton, Moombahton, Country, RnB, Hip Hop & Gospel. Hiradio se concentra na construção da marca como uma família através do engajamento.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Titica afirma: – ” Sou mulher dos sonhos de muita gente”. (SÓ FALAMOS DE KUDURO)

          Após receber comentário trans-fóbico, Titica veio a público na terça-feira, 07 de Dezembro, para rebater a publicação do “hater”, e respondeu à altura com um post.


REDAÇÃO: SOÓ FALAMOS DE KUDURO

REVISÃO: MANO L7



O assunto em questão está relacionado à uma imagem da artista com uma legenda um tanto “pesada” que tem circulado nas redes sociais. Tendo tomado conhecimento da situação, a cantora decidiu então por meio do seu Instagram partilhar a imagem e aproveitou para considerar as pessoas que fazem esse tipo de comentários a seu respeito como inocentes.
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“Sou a mulher dos sonhos de muita gente, sem bebedeira, não imaginas o meu off hehhehe, rsrsr inocentes se soubessem “waya”, escreveu.
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O facto teve uma grande repercussão, e os seguidores comentaram o post dando força a artista que parece não ter relevado a situação.
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Não é a primeira vez que Titica sofre este tipo de ataque, porém tem tirado de letra, a mesma mostra-se totalmente segura de si, pois para sim não não há problemas em falar sobre a sua orientação sexual.
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Importa lembrar que, enquanto dava uma entrevista a um programa de rádio internacional, Titica falou sobre a questão do preconceito ser uma luta diária na sua visa, e revelou que apesar de ser uma figura nacional e internacionalmente conhecida, ainda é posta de lado e continua a ser vítima de exclusão por alguns meios de comunicação social pela sua orientação sexual, e por cantar “Kuduro” que segundo esta, ainda é um estilo de música bastante marginalizado.
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“O preconceito sempre vai existir, porque se tornou uma luta diária, eu mesmo sendo cantora nacional, e internacionalmente conhecida, ainda sou excluída de alguns meios, ainda mais por ser kudurista um estilo que ainda é estigmatizado, revelou a artista.
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MANO L7 - BEKUDURO

 ARTISTA: MANO L7 & WONDER AG

TÍTULO: BEKUDURO

GÉNERO: KUDURO

LANÇAMENTO: ANO 2021

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Acidente de viação motivou o desaparecimento de Lombadas dos holofotes (SÓ FALAAMOS DE KUDURO)

 REDAÇÃO: SÓ FALAMOS DE KUDURO

REVISÃO: MANO L7




               Conhecido pelos vídeos com uma dose de humor que partilhava na internet, e por ser irmão de dois grandes nomes do Kuduro, Própria Lixa e Limas do Swagg, Lombadas esteve durante algum tempo distante dos holofotes e um acidente de viação foi o grande causador.
             Durante uma conversa no programa Drive Kuduro, Lombadas contou que enquanto saía de uma actividade, no São Paulo, em 2015, uma viatura de marca “i10” colidiu com a que o levava para casa, e como consequência fracturou a perna.
Lombadas contou que ficou muito tempo a cuidar da sua perna, e aproveitou este tempo para se dedicar à sua formação académica, bem como na abertura de alguns empreendimentos, o que fez com que ficasse mais tempo fora das telas.
Vale lembrar que, Lombadas ficou conhecido por meio de um vídeo engraçado (Isso é que é vida), que fazia sobre o facto de ser albino e ter uma boa vida, diferente de outras pessoas que também sofrem com o albinismo.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

MANO L7 - BEKUDURO (SÓ FALAMOS DE KUDURO)

 Artista: Mano L7 & Wonder AG

Título: BeKuduro

Género: Kuduro

Formato: MP3

Qualidade: 320 k

Ano de Lançamento: 2021


"FOI CAVACO SILVA QUEM INVENTOU O KUDURO E A KIZOMBA" (SÓ FALAMOS DE KUDURO)

Começo de Conversa com Kalaf Epalanga, escritor e músico

REDAÇÃO: SÓ FALAMOS DE KUDURO

REVISÃO: MANO L7

             Diz que não tem boa voz, não sabe tocar nenhum instrumento e não sabe dançar, e isso ajuda a perceber o título do romance - Também os Brancos Sabem Dançar - que é lançado hoje ao fim da tarde no Teatro São Luiz, em Lisboa. É um livro de viagens que passa por Oslo, Beirute, Rio de Janeiro e, claro, Angola e Lisboa. Ou antes, um percurso "do Cunene à linha de Sintra". É um guia da história do kuduro e outras músicas, com Cavaco Silva e o Colombo em destaque. Kalaf, escritor, nascido em Benguela em 1978, anuncia que vai aprender kizomba a sério.

           Ainda estou em choque, depois de ter lido no seu livro que o responsável pelo desenvolvimento do kuduro se chama Aníbal Cavaco Silva. Isto tem de ser explicado.

Foi quase esse o título do livro: Cavaco Silva inventou o kuduro. Depois sugeri Cavaco Silva inventou a kizomba, que é um bocadinho mais real. O Zeferino, como é um louco...

.. Zeferino Coelho, editor da Caminho?

...sim, ele queria esse título, mais do que eu, inclusive. Tenho vindo a defender a teoria de que a explosão das várias músicas africanas, principalmente a kizomba, deve-se muito às políticas do governo Cavaco Silva, com a erradicação das barracas. Embora não seja uma política dele.

FOI NO MOMENTO EM QUE ESTAVA NO GOVERNO?

            Exato. E depois o boom dos centros comerciais. Quando cheguei a Lisboa, em 1995, havia bairros de barracas e uma segregação natural. Uma pessoa junta-se com as pessoas com quem tem mais afinidade. Havia o bairro dos ciganos, o dos cabo-verdianos e havia alguns angolanos. Com o PER [Programa Especial de Realojamento] as pessoas foram viver para o mesmo bairro e até para o mesmo prédio. É óbvio que não foi pacífico sempre mas as pessoas começaram a conviver, os miúdos começaram a ir para a escola juntos. Não me canso de me espantar quando na linha de Sintra ou na linha de Cascais, quando visito as escolas secundárias, vejo todos os miúdos - brancos, negros, ciganos, às riscas - a falar crioulo, como se fosse uma segunda língua, um código deles. Esse fenómeno só se deu depois desse tipo de políticas.

E OS CENTROS COMERCIAIS, O COLOMBO?

A mão-de-obra que alimenta o Colombo sai desses bairros. Não só as pessoas convivem como depois vão trabalhar juntas. É óbvio que a dada altura não é só a vida miserável de subúrbio, também procuram a alegria, ouvir música, dançar. Todo o mundo que vive em Lisboa já viveu a experiência de estar no McDonalds e ouvir no PA um tema de kizomba. Esse tipo de coisas podem passar despercebidas mas hoje, por exemplo, a minha contabilista, uma senhora da classe média, nos seus 37 anos, branca, vai ao ginásio aprender kizomba. Acho espantoso. Eu tinha de colocar isso.

Hoje é lançado o romance Também os brancos sabem dançar [às 18h30], no S. Luiz. Está toda a gente convidada?

Toda a gente. Vai ser um lançamento especial porque decidi chamar três afrodescendentes. Podia não fazer caso desse facto mas uma das convidadas disse - são todos negros os que vão estar na mesa.

NÃO TINHA PENSADO NISSO?

            Não tinha pensado, eu escolhi por causa da experiência, pelas histórias que as pessoas têm. Vão estar lá a Cláudia Semedo, atriz, jornalista, enfim, super-mulher, a Carla Fernandes, uma jovem jornalista também que tem um projeto muito simpático e corajoso, a Rádio AfroLis online. E o maravilhoso e espantoso Nástio Mosquito, uma das pessoas que eu mais admiro nessa nova geração de angolanos que olham para o mundo sem reservas. Às vezes penso que se existissem dez nástios mosquitos a cultura angolana estaria mais adiante.

            Este livro é ao mesmo tempo de viagens - passa-se na Noruega, em Lisboa, em Beirute, em Luanda - e um guia das músicas e danças africanas.

              É duro escrever um livro desse género porque não há passado. Se tivéssemos publicado algumas teses, romances ou ensaios sobre estas músicas, seria muito mais simples escrever este romance, não teria um cunho tão didático. Se eu estivesse a escrever esse livro novamente, retirava muita informação que coloquei. Mas era necessário porque as pessoas quando olham para a minha atividade musical pensam que não há pensamento por trás dela, que o kuduro é uma coisa só...

...de mexer o corpo?

           Sim. Mas em toda a forma de arte há um saber, há segredos e há nuances que têm de ser revelados. E daí o título.

           Há ficção, ensaio e um lado autobiográfico. Aconteceu-lhe ficar preso na Noruega porque tinha perdido o passaporte?

              É totalmente verdade. Vou um pouco atrás. O livro nasceu de um desafio do [José Eduardo] Agualusa. Estávamos numa conferência que ele organizou no Rio de Janeiro e na minha mesa estávamos, eu e ele, a falar sobre kuduro. Era uma plateia de brasileiros, muitos deles negros, uma coisa que eu nunca tinha experienciado. Eu tinha tocado no Brasil mas é um país infelizmente ainda muito segregado, e a segregação não é só entre negros e brancos. O fator económico é muito pesado. Se pensarmos no preço do bilhete de um concerto na zona sul, as pessoas a irem da zona norte, pagar transportes, etc... O preço de uma entrada no Canecão é quase impossível. Eu nunca tinha tido acesso à população da zona norte, que é o Rio de Janeiro real. A zona sul é aquela coisa Rede Globo que vemos na televisão

TUDO LINDO?

              Tudo lindo, tudo limpinho. A zona norte também é limpinha, convém deixar as coisas claras, até porque o Brasil está a viver um período em que já não há espaço para nuances, aquilo é tudo concreto. E essa plateia estava muito curiosa, a fazer perguntas que me obrigaram a explicar tudo desde o princípio, quem sou, quem inventou, quem era quem naquele final dos anos 1980 e início dos 1990. Já a voltar para Lisboa, o Agualusa disse-me que eu devia escrever a biografia do kuduro. Ia dar um trabalho danado. Eu estava a escrever outro romance na altura e escrever a biografia do kuduro obrigava a voltar para Luanda, entrevistar uma data de gente, ia demorar anos e anos até terminar. Mas quando o Agualusa te lança um desafio convém pensar duas vezes. E foi o que fiz. Ainda no avião, vinha a imaginar como seria essa biografia. Sou fã do Ruy Castro, acho maravilhoso o trabalho que ele faz.

O ESCRITOR BRASILEIRO QUE É BIÓGRAFO E CRONISTA?

          É do melhor. E eu queria muito escrever um livro que se aproximasse daquele estilo, que tivesse humor, história e ação, que nos fizesse perguntar: isso é real, aconteceu? E não há ficção melhor que a realidade. Tenho alguns episódios que nos fazem imaginar se é verdade. E o primeiro que está no livro é totalmente realidade.

           E é o fio condutor do romance, a história de ser preso quando ia para um concerto em Oslo - que aconteceu, de facto, houve o concerto.

Estás a revelar bastante do livro... mas sim, o concerto aconteceu.

JÁ TINHA TIDO ESTA SENSAÇÃO DE ESTAR PRESO, E NUM PAÍS TÃO DIFERENTE?

            Ao longo do livro eu falo sempre dessa sensação de estar deslocado e de ter os movimentos condicionados. Só virei cidadão português há três anos. No grande pedaço da minha vida com os Buraka estava sempre a ter de pedir vistos para tudo e mais alguma coisa

E A PRECISAR DE IR A LUANDA PEDIR O PASSAPORTE?

           Exato. Isso sempre me fez sentir com os movimentos limitados. Brincávamos, no grupo, na altura em que iniciámos a nossa atividade, em 2006 ou 2007, porque toda a nossa geração, todos os nossos pares a viver em todas as partes do mundo estavam a mudar-se para Londres ou para Los Angeles. E para nós isso era impossível.

POR CAUSA DA NACIONALIDADE?

           Além de mim, havia mais três membros do grupo que não eram cidadãos portugueses, europeus. Isso tornava logo impossível. Se calhar não seríamos o mesmo grupo se tivéssemos mudado para Londres.

GOSTARIAM DE TER FEITO ISSO?

          Para se crescer na música que fazíamos, especificamente na música eletrónica global, era melhor viver numa cidade com mais oferta, com mais acesso, até porque a dada altura toda a nossa estrutura estava em Londres - managers, agentes, publishers, tudo o que definia a vida do grupo. Só o grupo é que não estava lá. Da mesma forma que os músicos do Porto às vezes se mudam para Lisboa à procura dessa proximidade com a ação, com o jornalista que encontras num bar do Bairro Alto a tomar uma cerveja e se entusiasma com aquela ideia de um disco que ainda é só uma ideia. Esse tipo de coisas não aconteceu para nós.

FOI TUDO CONSTRUÍDO POR VOCÊS?

            E tivemos de gastar mais dinheiro porque tínhamos de estar constantemente naqueles lugares para não perder ação, e quando terminávamos os concertos ficávamos um bocadinho mais, para perdermos essa coisa de viver na periferia.

HOJE TEM A DUPLA NACIONALIDADE E ESSAS QUESTÕES BUROCRÁTICAS ESTÃO RESOLVIDAS?

              E entretanto o grupo acabou... Eu era residente, era possível viajar, fazer coisas, mas não dava para pegar em mim, apanhar um avião e passar seis meses nos Estados Unidos.

       Enquanto estávamos à sua espera, o Ferreira Fernandes [DN] e o Fernando Alves [TSF] estiveram a explicar-me a diferença entre Benguela e Luanda. "Não podes falar com o Kalaf sem saberes isto". Qual é a diferença maior?

        Isso tem de se sentir, é quase impossível explicar. Somos todos angolanos, logo temos uma certa forma de estar que é comum a todos.

É O QUÊ?

        ´  Andamos como se caminhássemos sobre uma mina de diamantes. Parece que tudo nos é possível. É estranho, mas não conheço nenhum angolano que chegue a Oslo e não se desenvencilhe, rapidamente consegue conhecer os caminhos. Todo o angolano tem isso. Mas a diferença entre o benguelense e o luandense provavelmente vais sentir se estiver nesta cadeira um luandense. Se achas que os angolanos são arrogantes, o luandense vai sempre um pouquinho mais além. Gosto muito disso. Nós os benguelenses temos um espelho de tudo o que não podemos ser, mas ao mesmo tempo de tudo aquilo que podemos ser. É bom ter esse primo que é mais expedito, mais desenvencilhado. O luandense é isso. Mas isso também se aprende. Há muitos luandenses que não são nativos, não são camundongos, ou seja, nascidos e criados em Luanda. E camundongo significa rato.

AQUELE QUE SOBREVIVE A TUDO?

Exatamente.

E calcinha o que é?

Calcinha é o engomado, o vaidoso.

              Depois há o lado que aparece aqui no livro, a comunidade. Há um jantar de repente numa cozinha, e há o que vai bater o funge, vão chamar o do sétimo andar. Mas isto não é uma caraterística só dos angolanos, com cabo-verdianos seria idêntico.

           E há cabo-verdianos nesse grupo. É a maneira de ser e de estar africana. Eu divido o meu tempo entre Berlim e Lisboa. Em Lisboa vivo na Baixa, que já é quase um lugar estrangeiro, pela quantidade de estrangeiros que circulam por ali. E é difícil conhecermos os vizinhos. Situei essa ação nos subúrbios de Lisboa para mostrar como é que essas pessoas vivem e lidam mesmo com todas as dificuldades e têm um sentido de comunidade bem enraizado.

             Foram buscar o nome Buraka Som Sistema precisamente à Buraca, uma das raízes estava aí, e esse jantar é em Rio de Mouro. Quando começou a viver em Portugal, em 1995, passou por trabalhos nas obras?

Sim.

O QUE É QUE ESSA EXPERIÊNCIA DEIXOU? UNS CALOS NAS MÃOS QUE JÁ PASSARAM?

             Tive vários trabalhos até me fixar a trabalhar com cultura. Distribuí pizzas, trabalhei como bartender numa discoteca de kizomba, o que foi maravilhoso, e trabalhei nas obras também. Para muitos da minha geração era uma questão de sobrevivência. E saber sobreviver, aprender a sobreviver sem os pais, sem aquela baliza da família, aquele colchão que ampara tudo, é necessário, é importante. Tenho um filho de um ano e é óbvio que não ia atirar o meu filho para trabalhar nas obras. Mas é importante conhecer como as sociedades funcionam. Uma das coisas que aprendi logo na primeira semana é que o saber intelectual é pouco útil naquelas circunstâncias. Temos de aprender a lidar com as pessoas, a falar com as pessoas. Não temos de baixar o nível mas temos de saber comunicar no sentido bastante prático e direto. Não há espaço para enganos, porque pode ser fatal. Não complicar demasiado uma situação, saber aceitar embora discordes, como é que vais conseguir explicar isso, como é que mostras outra forma de ver as coisas. Sem dúvida, ter essas experiências todas ajudou-me. Eu não tenho talento nenhum para a música.

COMO?!

         É verdade. Eu não sei cantar, não sei tocar nenhum instrumento e danço muito mal, totalmente fora do tempo.

E NO ENTANTO?

         E no entanto se me puser em cima de um palco sou capaz de entreter aquela audiência. Não aprendi isso nas obras, mas saí da zona de conforto por escolha, não fui obrigado mas precisava de dinheiro e rápido, e estava com visto de estudante, não podia ir bater à porta de um centro de emprego. Não é assim que funciona, a lei de imigração é bem clara. Coloquei-me em várias situações que nunca me tinham passado pela cabeça... vir para Portugal trabalhar nas obras.

          Veio para estudar? Por aquilo que percebi, a intenção era apenas vir a Portugal.

        Nos primeiros anos, eu nem desfiz a mala. Eu não tinha intenção nenhuma de ficar.

FOI A GUERRA CIVIL QUE O FEZ FICAR?

          Fui adiando por causa da guerra civil mas a guerra acabou em 2002, já podia ter regressado. Em 1999 comecei a acreditar que era possível fazer alguma coisa com a música. No livro falo do Kalunga Lima, um personagem incrível.

 

É uma personagem real, tal como muitas pessoas aqui referidas.

              Decidi colocar o Kalunga Lima, já falecido, pela importância que teve na minha vida e também pela importância de conseguirmos identificar os mentores. Às vezes um mentor não nos vem de muito longe.

PODE SER A PESSOA MAIS PRÓXIMA?

              Exato. O Kalunga era meu cliente quando eu trabalhava num restaurante de teriyaki, e fazia comida japonesa - teriyaki, sushi. Ele ia lá comer muitas vezes e ficava horas sentado numa mesa com um bloco de notas, a escrever. Na minha pausa de almoço, sentava-me na mesa dele, ao fim de semanas e semanas já nos tratávamos por tu. Perguntei-lhe o que estava a fazer. "Estou a escrever um guião". E eu revelei: eu também escrevo. E os conselhos que ele me deu naquele momento foram vitais para aquilo que eu vim a fazer. Deixa-me explicar o Kalunga Lima primeiro. Ele é filho de um dos primeiros militares condecorados do MPLA [Manuel dos Santos Lima], que foi reitor da Universidade Lusíada em Luanda. Nasceu na Argélia, porque o pai fugiu do exército [português] e foi para lá, depois foi para o Canadá, ingressou no exército canadiano e tornou-se capitão, depois foi professor de scuba dive nas Caraíbas, depois virou professor de literatura e foi estudar cinema naquela escola maravilhosa que o García Márquez convenceu o Fidel Castro a criar em Cuba. E depois veio parar a Lisboa porque estava de passagem para Luanda, não conhecia Luanda. Nós conhecemo-nos no momento em que ele se estava a preparar para ir para Luanda porque queria filmar.

Um encontro fortuito que tem uma importância tão grande para si.

                Sim, ele era uma pessoa com cinco vidas. Eu na altura devia ter 19 ou 20 anos. Um professor de literatura com várias vidas! Incrível. Ele deu-me alguns conselhos sobre literatura que uso até hoje.

COMO É QUE O KALAF CONHECE OSLO TÃO BEM, A CENA MUSICAL DE OSLO?

            Tenho um certo fascínio pela Escandinávia, até porque é o outro extremo para uma pessoa vinda de Angola. É aquele lugar quase surreal. E a cena musical da Escandinávia é incrível. Eu cresci com as canções dos ABBA porque a minha mãe adorava. A Escandinávia sempre esteve presente na minha ideia de melodias lindíssimas. Sou fã de Björk, claro, sou fã de Röyksopp, sou fã de Kings of Convenience, são canções que eu oiço. Quando se gosta de música, gosta-se de saber o que aquela pessoa faz, de onde vem. O primeiro lugar onde fui para ver neve foi Oslo. E aí comecei a construir uma relação com aquela terra.

COMO É QUE UM ANGOLANO VIVE EM BERLIM? BERLIM NO VERÃO E LISBOA NO INVERNO?

              Gosto de todas as estações. Isso vindo de uma pessoa que nasceu numa terra onde não há estações, é só chuva e tempo seco... A dada altura, eu precisava de uma segunda cidade, precisava de ter um lugar onde pudesse ir escrever. Lisboa é essa cidade mágica e quando se vive na Baixa as pessoas sentem que estás sempre disponível, sempre pronto para ir beber um copo ao Bairro Alto. Precisava de ter um lugar onde pudesse olhar com um certo distanciamento para as coisas que eu experienciava em Lisboa, em Portugal, na minha relação com África, Angola, Moçambique, Cabo Verde. Tenho um carinho e uma vontade de escrever sobre esses lugares. Então, precisava de um lugar para onde eu pudesse sair e concentrar-me.

E BERLIM É ESSE REFÚGIO?

            Não falo a língua, não conheço ninguém. Conheço expatriados como eu, pessoas que também vêm de outros lugares e que estão lá pelas mesmas razões, para conseguirem focar-se e trabalhar.

TEM UM FERVILHAR CRIATIVO?

          Sim, eu procuro e mergulho nele, mas para procurar inspiração e estímulos, não necessariamente como interveniente, para já. Ia precisar de falar a língua para poder fazer uma troca um bocadinho mais direta.

DEPOIS DE TAMBÉM OS BRANCOS SABEM DANÇAR, VAI HAVER MAIS LIVROS?

            Sim. Desisti da música para me dedicar à escrita. Continuo a escrever canções, aliás foi esse o propósito inicial e depois vi-me em cima de um palco e gostei. O próximo romance será daqui a um ano.

SEM A NECESSIDADE DE ESTAR A EXPLICAR O KUDURO, A KIZOMBA, A HISTÓRIA? MAIS FICÇÃO?

            Só podia escrever este livro agora. Por isso decidi abandonar aquele em que estava a trabalhar e aceitar o desafio do Agualusa.

O PRÓXIMO É O QUE ESTAVA A ESCREVER NESSA ALTURA?

Sim, é um romance político.

E AÍ ENTRAMOS NO TEMA DE ANGOLA EM MUDANÇA NESTE MOMENTO. O QUE PENSA DISSO?

               Eu estou otimista, quero estar otimista. Não quero ceder ainda àquela coisa que nós temos, o ceticismo do angolano, ainda mais o ceticismo do angolano que vive fora. Estou atento, estou a ler, espero que não seja só uma troca de cadeiras, espero que não seja só o virar a cassette e tocar o mesmo. Estou otimista. O que gostaria muito, olhando até para a relação que Cabo Verde tem com a sua democracia, cada vez mais sólida, era de ouvir os nossos políticos, ouvir os seus pensamentos, os seus desejos, as suas aspirações, de uma forma diária e constante. Tenho vontade até de participar nisso, não sei como ainda.

PENSA VOLTAR A VIVER EM BENGUELA?

Totalmente.

LEVAR O SEU FILHO PARA CRESCER EM BENGUELA?

 

          Principalmente por causa disso. Eu estou muito confortável no lugar onde estou, para escrever as histórias que quero escrever, em Berlim e em Lisboa, porque Lisboa tem essa presença africana que é muito estimulante e não há igual. Mas ao mesmo tempo acho que estamos a viver, com o que está a acontecer no Zimbabué, em Moçambique...

Esteve lá agora dois meses em férias.

Dois meses já não se chama férias, já é viver.

JÁ LÁ TINHA ESTADO?

Sim, mas nunca tinha saído de Maputo e desta vez estive na ilha de Moçambique.

E ENTÃO?

               É um lugar mágico. Eu aconselho toda a gente, mesmo toda a gente, independentemente se nasceu em Oslo ou em Lisboa, a oferecer-se esse presente de viver num país africano pelo menos dois meses. Porque nos faz olhar para aquela realidade. Quando olhamos para África sob um prisma europeu, criamos aversão a algumas coisas que não são bem reais. Para se entender o porquê do que está a acontecer na Líbia, convém estar lá. O que vivemos agora em África não está assim tão longe do que vivemos há 100 ou 200 anos. É bem real. Se realmente queremos participar, intervir ou fazer uma coisa que é útil que é ir lá, ver a realidade e depois voltar para aqui e falar com propriedade sobre o assunto, convém pisar aquele terreno.

E A ILHA DE MOÇAMBIQUE EM PARTICULAR?

              Moçambique é maravilhoso mas agora estive mais tempo na ilha. Até para se entender Portugal é interessante passar por lá.

Disse que não é bom a dançar. Não imaginava que não soubesse.

              Há africanos que não sabem dançar. O título tem um pouquinho mais profundo do que a dança - embora a dança seja profunda. Danças de salão, de pares, acho lindíssimo. Eu e a minha mulher vamos inscrever-nos em aulas de kizomba porque queremos dominar o género. Depois de um livro destes eu não posso não saber dançar. Estou com muita vontade de aprender mesmo. Porque nós aprendemos naquelas festas de família, nas festas de quintal, mas ali não se aprende os passos todos, aqueles truques. Essas pegadas que estão na capado livro são um passo de kizomba.

NO LANÇAMENTO VÃO DANÇAR?

Tenho a certeza de que vão lá estar dançarinos.



MAN NELAS FT LEMOS PAUSADO - KUFWA TUNA (SÓ FALAMOS DE KUDURO)

 Artista: Man Nelas Título: Kufwa Tuna Gênero: Flocore DOWNLOAD